quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Super Poderes!


A exposição, montada pelo Costume Institute (Instituto de Vestuário) do Met, é tida como uma revolução no departamento, mais habituado a focar em pesquisas históricas do que apelar para o mundo da fantasia. A mudança de rumo, pelo visto, deu certo.
A mostra parte do velho pressuposto que os super-heróis forneceram, ao longo dos anos, muita inspiração para estilistas. Mas vai além: o conceito central força o visitante a se lembrar que vestir uma boa roupa deixa qualquer um com a sensação de se estar mais poderoso.
“Compre um vestido sexy ou um par de Jimmy Choos e veja se você não se sente curiosamente invencível na próxima festa”, definiu a jornalista Cathy Horyn, do jornal New York Times.
Taxonomia das capasA curadoria dividiu os uniformes e as criações dos estilistas em oito categorias. Elas não são estanques e, muitas vezes, se sobrepõem.

Na seção The Graphic Body (O Corpo Gráfico), ficam os uniformes de grande poderio icônico, como o de Superman (com o emblemático S do peito) e o do Homem-Aranha, recoberto por teias.
Em The Patriotic Body (O Corpo Patriótico), localizam-se aqueles super-heróis que se cobrem com a bandeira de seus países. Nessa categoria, são exemplos notáveis o Capitão América e a Mulher-Maravilha.

The Virile Body (O Corpo Viril) mostra corpos que exacerbam sua masculinidade. É nessa categoria que se enquadram os seres supermusculosos que exaltam a potência masculina. Hulk e Coisa são dados como exemplos.
The Paradoxal Body (O Corpo Paradoxal) é o setor dedicado a heroínas contraditórias, que oscilam entre a oferta e a negação da própria sexualidade. A Mulher-Gato é o exemplo mais clássico: ora é boa, ora, má. A heroína-vilã felina, por sinal, é tratada como forte fonte de inspiração para vários criadores de moda: Thierry Mugler, John Galliano, Dolce & Gabbana, Gianni Versace, Jean Paul Gaultier e Alexander McQueen têm criações inspiradas na fantasia de Selina Kyle.
Em alta por conta do longa-metragem, o Homem de Ferro é o inspirador de The Armored Body (O Corpo com Armadura). Mas o uniforme lotado de apetrechos de Batman também se enquadra na categoria, que realça o fim da distância entre corpo e tecnologia - tema que, na moda, inspirou Thierry Mugler, Dolce & Gabbana, Pierre Cardin, Nicolas Ghesquiere, Rudi Gernreich e Gareth Pugh.

The Aerodynamic Body (O Corpo Aerodinâmico) tem como personagem-símbolo o Flash, cujo uniforme apreende elementos da própria velocidade. É um tema que Jean Paul Gaultier utilizou na coleção Femmes Amazone, do outono-inverno 1995-1996. Os uniformes de velocistas também inspiram marcas esportivas como Nike e Speedo.

The Mutant Body (O Corpo Mutante) se baseia nos mutantes da Marvel Comics. A seção trata da aceitação de corpos diferentes, fora dos padrões normais de perfeição, que desafiam limites dos gêneros sexuais. Há uma atenção especial à mutante Mística, cujo corpo pode assumir outras formas.
Por fim, há o segmento The Postmodern Body (O Corpo Pós-Moderno). É nela que estão as criações que se inspiram na dissolução dos heróis vista em obras como Justiceiro, Motoqueiro Fantasma, Watchmen e O Cavaleiro das Trevas. Em vez de apontar para um futuro brilhante, esses personagens (e essas criações) se apóiam em uma visão dark para revelar o terror dos nossos dias.

Além das criações de estilistas como Walter van Beirendonck , Alexander McQueen e John Galliano, há muitos figurinos de filmes e séries de super-heróis - como o uniforme negro de Homem-Aranha 3 e o traje que Linda Carter usou no seriado da Mulher-Maravilha.
Mas a relação com o cinema vai além: Nathan Crowley, consultor criativo da mostra, é designer de produção dos dois longas de Batman dirigidos por Christopher Nolan

















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